"Onde anda essa danada?" Vejo conhecidos, amigos e desafetos -por que não?- procurando, por aí, essa tal de perfeição. Dizem que divide apartamento com a pessoa perfeita. Mas de ambas, não viram, nem provaram, só ouviram falar.
Cultivo minhas dúvidas. Não quanto a existência da perfeição -apesar de não compreendê-la por completo, não tenho dúvidas que exista, e que provo dela todos os dias-, e sim quanto a veracidade dessa "busca".
Todos que a procuram, privam-se do luxo de verificar que tudo o que procuram está bem de baixo dos seus narizes. Não infrequentemente estão encrustados dos valores que procuram. Ora bolas, se não sabem reconhecê-los, como querem encontrá-los? Mas, e sempre há esse tal de "mas", voltemo-nos ao fio da meada: Acontece que, muito provavelmente, não queiram de fato a perfeição. Querem, na verdade, aquela complexa imperfeição, travestida de perfeição. Ilusão criada, única e simplesmente, com aquele velho intuito da auto-destruição. Sabe como é: pessoa fragilizada se frustra. Frustrada vai à depressão. Deprimida necessita de compaixão. Com a compaixão, e com muita sorte, a "perfeição" há de olhar para ela, e no auge de todo o sofrimento, compreenderá que o melhor para o mundo é assumir a perfeita ilusão que criaram para ela, não limitando-se ao mundo travestido a qual está "enjaulada". Ah sim, hão de fazer mudança de sexo, todas essas imperfeitas-perfeições das suas cabeças. Ah sim...